domingo, março 13, 2005

A calcinha e o processo de decisão

Fui às compras com uma missão inusitada dada por minha filha: comprar-lhe uma calcinha, por alguma razão não confessa. Bem isso eu nunca fiz. Como gosto desses desafios comezinhos também, resolvi encarar a parada. Cheguei à loja e articulei a pergunta à atendente:
- Eu preciso...ou melhor, você tem calcinhas para vender?
- Sim. De algodão ou Lycra?
Pronto. Primeiro impasse. Ouvi dizer que algodão é bom, porque é natural, etc.
- De algodão, por favor.
- Siga-me. Temos essas aqui. Qual modelo o senhor prefere.
Segundo problema. Fiquei pensando em calcinha em longos 5 segundos... e desisti dos pensamentos. Afinal não se tratava de minha preferência sobre calcinhas em bundas alheias. Dei uma olhadinha básica nos quadris em volta e....não.
- Só um minuto, moça, vou ligar para minha filha...
Não tive sucesso. Tentei mais uma, duas, três vezes. Nada.
Olhei para a cara da atendente com um sorriso amarelo. É, ta difícil...
Não podia ficar o dia inteiro olhando para a moça com um monte de calcinhas em minha frente. A atendente precisa produzir, vender, faturar. Eu preciso tocar minha vida, não ficar emperrado com a decisão de qual calcinha comprar. Então resolvi correr riscos calculados.
- Moça, vou levar esta.
- Ta bom.
- Essa é de algodão?
- Não.
- Vai assim mesmo.
Cheguei em casa e entreguei a calcinha para minha filha. Serviu e ficou muito boa!
Na vida é assim. Tem horas que a gente tem de correr enormes riscos calculados. Inversamente proporcionais ao tamanho da calcinha, é óbvio.

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