domingo, março 13, 2005

Matriz de decisão e soluções simples

Esta contou-me um amigo que não vejo há tempo. Num Domingão comum, combinou com alguns amigos e amigas para almoçarem juntos. Muita carne e cerveja, enfim, chega o momento crucial. Aquela bonitinha da ponta da mesa acabou ficando com outro ou foi embora. Tudo bem. Se ganhar é melhor, competir foi um consolo. Mas o assunto não é esse não (vamos deixar estes casos para outra estória).
O tal fulano pagou sua parte, cruzou olimpicamente a área do restaurante em direção ao estacionamento. Pegou seu indefectível Voyage Vermelho (lembram desse carro?), cheirinho de novo, limpinho...bem, vamos para casa...
Com 5min de percurso, o tal fulano foi acometido de intensas “erupções” intestinais. Era uma situação nova para ele. O que fazer? Três alternativas alimentaram sua matriz de decisão: a)cagar nas calças e seguir viagem como se nada tivesse acontecido; b)segurar as “forças da natureza” com a “alma” e ver o quanto o corpo agüenta, c)parar o carro num lugar ermo e “soltar o barrão” ali mesmo. A situação ia ficando complicada. O tempo ia passando e as soluções “a” e “b” estavam ganhando corpo. Mesmo assim, como bom planejador, o tal conseguiu raciocinar. A opção “a” seria por um lado cômoda (quem ia ver alguma coisa?), mas por outro seu carro poderia ficar com um permanente e “desagradável odor humano pós churrasco”. A solução “b” parecia atraente. O problema é que ele já estava suando frio, suas mãos escorregavam no volante. Por razões de segurança e definitivamente, a opção “c” foi a escolhida. Então, parou o carro numa espécie de acostamento com uma ribanceira não muito íngreme ao lado. Saiu do carro meio desesperado, foi descendo meio cambaleante, soltando o cinto, soltando a calça, equilibrando-se – nem ele sabia dessa sua habilidade manual, pois parecia aqueles braços robóticos multi função da indústria automobilística. Chegou ao ponto estratégico com as calças na canela. O sincronismo era tal que foi baixar e descarregar (nossa, que estrago!).
Bom, serviço feito. Eis que surge outro problema: a higienização. Senão a desvantagem da alternativa “a” voltaria à tona. Mas que coisa! Um bom planejamento – mesmo que neste estado – não previu este tipo de situação? Que falha – mortificou-se. Nenhuma folha de bananeira por perto, nenhuma flanela no carro...Olhou para baixo e viu a imagem incólume de sua cueca – que havia sobrevivido até então. Olhou para um lado, para outro, tirou a cueca dos calcanhares e limpou-se com a dita. Infelizmente a gestão ambiental não foi prevista também, pois esse artefato deve ficar lá por uns trinta anos ou mais. Foi uma solução simples e eficiente para o momento. O fulano foi embora para casa feliz, com o carro reluzente e com o “bicho solto” dentro da calça. Quanto à parte ambiental, ele pode contratar um coordenador, para isso. Você topa?

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