quarta-feira, abril 09, 2008

Por que no passado as coisas sempre eram melhores?

Esta frase vem carregada de interpretações. Quando se fala em passado, há de se convir que a pessoa já viveu pelo menos uns 30 – 40 anos. Pense no seu grupo de amigos, nas pessoas próximas que você tem contato. Quando tinha dez anos, a sala de aula toda: uns 30 amigos ou colegas. Aos 20, este número na melhor das hipóteses cai à metade. Aos 30, nem se fala. Seu grupo já está reduzido à meia dúzia de pessoas. Aos quarenta então, muitos deles vagas lembranças. É engraçado isso. Conforme o tempo passa, as coisas começam a fazer mais sentido, a tolerância aumenta, mas as amizades diminuem! Os otimistas dizem que a qualidade aumenta em detrimento da quantidade. Os pessimistas declaram que na verdade há o processo natural de substituição dos mais “antigos” pelos mais jovens e mais fortes.

De fato há as duas coisas. As duas visões parecem coexistir para todos os indivíduos. Aos 40 anos, você é capaz de formular idéias complexas. Se a vida foi ou você a fez pródiga e com isso você aproveitou as oportunidades, é o momento da realização. Parece ser a melhor fase da vida. Por que então no passado as coisas eram invariavelmente melhores?

Creio que todas as faixas etárias mais jovens vivem mais o presente. Sentem que o momento é o “seu momento”. Há um pensamento ou uma idéia que beira a sensação de imortalidade. Isso reforça a imagem do presente. Após 40 anos, apesar de se iniciar o auge intelectual da vida (eu acho!), a consciência é mais límpida. Ela o leva a pensar com os pés no chão, sobre sua fragilidade, suas vitórias e derrotas. Mas, mediante as poderosas forças da natureza, essa idéia sucumbe. Os quarentões sofrem da nostalgia de quando eram absolutos (pelo menos em suas cabeças).

Como consolo é possível observar que nem um, nem outro são absolutos. Mas consciência límpida sobre sua situação é uma situação melhor. Temos que viver um otimismo absoluto. Uma autoconfiança inabalável. Filosofar que “no meu tempo era melhor” também. Todos caminham para esta situação. Há escolha?

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